Eterno é Deus, tudo o mais é uma folha de alfazema
Que o vento leva no doce perfume da açucena
Aguas passadas nas longas braçadas do moinho
Leve desejo na pena de um livre passarinho
Eterno é Deus e o resto é sombra de uma nuvem sobre a corrente das águas
Que de repente surge e prontamente se escoa na sequidão da terra
Um pensamento, uma flecha do arqueiro, quando erra
Poeta é Deus, sou apenas o verso de um poema
Ele é palavra, eu sou o desejo de um fonema
Verso branco, breve, a espera do seu tema
Eterno é Deus, tudo o mais é uma gota de sereno
Que de manhã cobre a folha da grama no terreno
Ao meio dia é apenas lembrança pouca e vaga
É trilha incerta, é uma estrada deserta e ensolarada
Poeta é Deus, sou apenas poeira do caminho
Ele é o rio que me leva assim, devagarinho, pela vida afora… …Nunca mais sozinho!
http://www.sevenarts.com.br/prosa2011/audios/eterno.mp3
Ouvir a poesia do Gladir é como aquelas coisas boas da vida. Comer pão de queijo com café na varanda no final de tarde. Eita coisa boa.