E por falar em saudade, onde anda você?… Ah! Como é bom ter um tempo com os amigos pra nada, que na realidade é um tempo pra algo, prosear, dar risadas e prosear. Não há quem não goste de uma boa prosa, mas uma prosa de verdade, daquelas que a gente só falta espumar pelos cantos da boca. Todo mundo gosta.
E por falar em beleza, onde anda a canção?… Sim! Me diga que gosto tem uma prosa regada a canções? Quem pode definir isso? Parece fácil, mas não é. É como querer definir o por do sol de ontem à tarde. A gente só diz que foi inesquecível, único e já disse tudo que consegue. Fato é que, no por do sol, as nuvens em suas danças têm tantas coreografias que não se repetem, tudo pra valorizar o maestro sol que alivia seu calor com um tom avermelhado convidando, ora um pintor, pra registrar seu olhar em pinceladas, ora um poeta, pra molhar nossos olhos com lembranças particulares onde a canção invade nossa alma como quem diz: Lembra daquele fim de tarde? Então, essa música foi feita pra você.
E por falar em paixão, em razão de viver, você bem que podia me aparecer... A vida precisa de sentido pra se alimentar. E ela se alimenta de coisas simples como ligar, mandar uma foto, escrever uma carta à caneta, com data e assinatura caprichada, etc. São gestos triviais, mas de uma relevância que os comparo a um bom café torrado na hora. Ô coisa boa. Hum! Melhor que isso, só uma visita inesperada, um abraço apertado, um beijo, um reencontro onde se apresenta a família, um novo amigo, uma palavra dizendo: Você não mudou nada! Esses momentos nos fazem lembrar de gente, de lenha seca e uma fogueira sob o sereno frio. A gente só quer mais é ficar juntinho e curtir.
O Prosa e Canto Festival é uma mistura disso tudo. Novos amigos, um bom café, velhos amigos, uma fogueira, boa prosa, por do sol entre as palmeiras, cachecol e abraços pra se aquecer do frio, músicas que falam de gente, de verde, de nossa diferenças que são bem menores que aquilo que nos une, de arte por arte, de artistas sensíveis ao cheiro de planta molhada, ao luar, ao olhar, ao simples, aos valores culturais e ao palco fazendo dele um lugar pra comunicar apenas aquilo que por si é grande. A emoção, a verdade, o Criador.
Mesmo sendo um projeto de iniciativa cristã, o “Prosa” não carrega bandeira denominacional e nem religiosa, porque olha pra cultura como um espaço pra inclusão e aproximação da sociedade como um todo, bem como a classe artística que infelizmente é tão discriminada.
Não é à toa que o Festival já teve apresentações de manifestações regionais como um grupo de Bumba-Meu-Boi do Maranhão. E esse ano terá oficinas gratuitas de percussão com a participação dos alunos numa das noites no palco principal, assim como de artistas consagrados e iniciantes.
A boa prosa e o bom canto são expressões que, cada vez mais, nos motivam a amar o nosso próximo e buscá-lo, certos de que maior é Aquele que está em nós e prec1isa ser repartido e conhecido por todos, do que aquele que está no mundo e precisa ser combatido e renunciado.
Assim caminha o “Prosa” cantando a história, citando versos de Vinícius, proseando sobre as coisas boas da vida e louvando a Deus pelo que Ele é: Senhor, Salvador e Criador da arte.
Prosa & Canto Festival… Eu vou. E você?
Rubão
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